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sexta-feira, 29 de junho de 2012

Você quis (Alvaiade / Nicola Bruni)

Eu não queria nada
Você quis, então vai ter
Você foi, por isso
Um marimbondo sem saber

Olha que em terra alheia
Se pisa bem devagar
Terra estranha tem isso
Precisa saber pisar

Esqueceu o tal ditado
Que a gente sabe de cor
Quem tudo quer tudo perde
Quem ri no fim ri melhor

Vida de rainha (Alvaiade / Monarco)

Eu dei-lhe uma vida de rainha
E não era meu feitio dar boa vida a ninguém
Você ainda podia ser minha
Se você tivesse linha, valorizasse alguém
Até papel de palhaço eu fiz
Para me fazer feliz e feliz você também
Mas nunca vi tanta rudez
Pela derradeira vez: seja feliz, meu bem

Felicidade é o que eu mais lhe desejo
Muito embora eu não queira
Mais saber dos seus beijos
Eu não guardo ódio nem rancor dentro de mim
Só porque nosso amor chegou ao fim
Foi melhor pra mim

Vem amor (Alvaiade / Wilson Batista)

Ah, já não posso mais
Já é demais minha dor
Volta pra mim, por favor
Minha vida sem você é um horror

Ah, amor, me apaixonei
Preciso da linha luz do seu olhar
Vem, amor, me consolar
Perdi o gosto em matar o meu desgosto

Porque choras? (Alvaiade)

Porque choras? Ri
Homem chorando é novidade
Já sei quem lhe faz chorar
É quem você fez toda vontade
E assim mesmo foi para outro alguém
É por essas e outras
Que eu não amo a ninguém

É feio um homem chorar por causa de uma mulher
Mas sua sorte é essa, seja o que deus quiser
Aceite, o seu sofrimento pra ela é um prazer
Você fica chorando e ela sorri por lhe ver sofrer

Pensando no futuro (Alvaiade / Djalma Mafra)

Agora vou botar o meu no canto
Eu tenho esbanjado tanto
Já é tempo de aprender a viver
Quando a velhice me abraçar
Terei um teto e uma cama pra descansar

Eu sei porque me querem e me tratam muito bem
Mas espero na velhice não precisar de ninguém
Enquanto é tempo vou mudar o meu pensar
Não serei um avarento mas vou economizar

Para o bem do nosso bem (Alvaiade)

Eu não direi
O que se passou entre nós
Eu não direi
Para o bem do nosso bem
Eu não direi o que se passou entre nós a ninguém

Vou-me embora em silêncio
Chega de me aborrecer
Quando o gênio não combina
Na vida não há prazer
O teu segredo
Não vou contar a ninguém
Teu amor me meteu medo
Prefiro arranjar outro alguém

Não fique triste
Isso é normal
Quando os casais separar
Isso é muito natural
Vou-me embora, vou-me embora
Por esse mundo sem fim
Nosso gênios não combinam
Não posso viver assim

Papai do meu coração (Alvaiade / Gaya)

Alegre, feliz na calçada
Espero meu papai chegar
Cansado ele vem do trabalho
Sorrindo ele vem me beijar

Depois, abraços assim
Entramos em nosso lar
Onde a mamãe nos espera
Sempre feliz a cantar

Papai, papai, papaizinho
Papai do meu coração
À noite quando me deito
Estais sempre em minha oração

O que vier eu traço (Alvaiade)

Quando eu faço o meu sambinha batucada
A turma fica abismada
Com a bossa que eu faço
Não me embaraço porque não há tempo
Marco meu contratempo dentro do compasso
Quem não tiver o ritmo na alma
Nem cantando com uma escova
Faz o que eu faço
Samba canção, samba de breque, batucada
Para mim não é nada
O que vier eu traço

Não tenho veia poética
Mas canto com muita prática
Não faço questão de métrica
Mas não dispenso a gramática

Não me atrapalho na música
Nem mesmo sendo sinfônica
Procuro tornar simpática
A minha voz microfônica

O galo do vizinho (Alvaiade / J. Assunção)

Meu vizinho tem um galo
É o meu despertador
Quando é de manhã cedo
Ele me acorda pro batedor
Quando o galo canta
Eu fico na indecisão
Não sei se vou trabalhar ou não

Aí eu me recordo
Que o mês da casa venceu
A família é muito grande
Mas quem resolve sou eu
Muito me entristesse a minha situação
Tomo banho, me visto
E vou pra repartição

Não posso pisar na areia (Alvaiade)

Não posso chegar na praia
Não posso pisar na areia
Minhas pernas ficam bambas
Minha cabeça tonteia

Minha cabeça tonteia
E eu não sei porque é
Não posso pisar na areia
Não posso encarar a maré

Sei que meu pai é Xangô
E minha mãe Yemanjá
Papai é rei da justiça
Mamãe, rainha do mar

Meu trabalho (Alvaiade / Alberto Maia)

Moço
Meu trabalho é pesado como o que
Moço
Meu batente é duro de doer

Levanto cedo vou pro meu trabalho
Vivo contente procedendo assim
Além dos filhos que deixei em casa
Tem uma dona que cuida de mim

A minha mão é toda calejada
Trabalho muito no cabo da enxada
A minha vida não é sopa não
São 8 bocas me pedindo pão

Eu chorei (Alcides Lopes / Alvaiade)

Eu chorei
Quando soube que o nosso amor morreu
Triste fiquei
A minha alegria sumiu até hoje não apareceu

Quem não anda com sorte
Deve então evitar o amor
Se eu nunca pensasse em amar
Não sentia essa dor

Eu bem sei (Alvaiade)

Eu bem sei
Que zombas de mim, meu bem
Infelizmente, se sofro é porque eu quis
Quando vieste triste, implorando
Eu devia sorrir zombando
E não te fazer feliz

Fostes ingrata demais
Pra mim não faz mal
Não soubeste retribuir minha amizade
Tudo que pediste com prazer eu fiz
Hoje me abandonas e ainda sorri

Eu ainda sou eu (Alvaiade)

Eu também já fui moço, já fui um colosso
Elas diziam assim para mim
Já fiz moça chorar, se apaixonar
Até o suicídio tentar
O tempo passou e tudo mudouMarcadores
Lá se foi meu apogeu
Mas venha de fininho
Que mesmo velhinho eu ainda sou eu

Eu não era perfeito eu tinha um defeito
Das madrugadas era fã
Quando anoitecia, de casa eu saía
Só regressava de manhã
Minha cabrocha era tão boa
Tinha um gênio especial
Nunca se zangava e achava tudo tão natural

Êta, Rio (Alvaiade / Nicola Bruni / A. F. Silva)

Êta, Rio
Êta, Rio
O sol é quente
Mas tu és muito mais quente que o verão
Êta, Rio do meu coração

Não há no mundo inteiro
Não há igual ao Rio de Janeiro
É, é mesmo infernal
O clima é quente
E a morena é tropical

Entre nós não existe compromisso (Alvaiade)

Por favor, não faça isso
Entre nós não existe compromisso

O que há entre nós é natural
É amizade espiritual
Não, não faça isso
Entre nós não existe compromisso

Coloque a cabeça no lugar
Atitude não se toma sem pensar
Ninguém tem direito de matar ninguém
Pois o remorso também mata devagar

É mato (Alvaiade / Wilson Batista)

Você diz que eu não lhe amo
Considero um desacato
Eu lhe tenho muita amizade
Amor no meu peito é mato

Eu não durmo sem sonhar
Com a amizade desse ingrato
Meu café de manhã cedo
É beijar o seu retrato
Eu lhe tenho muita amizade
Amor no meu peito é mato

Meu amor já tem raiz
Em meu coração pacato
Você diz que eu não lhe amo
Considero um desacato
Eu lhe tenho muita amizade
Amor no meu peito é mato

É coro só (Alvaiade / Nélson Trigueiro)

É coro só
Pessoal, é coro só
Coro é primeira parte
E o estribilho também
Quem quiser que faça verso
Porque o verso não tem

A ordem é fazer verso
Ouça o meu improviso
Eu aprendi no bom tempo
Digo e não fico indeciso

Tem talento e beleza
E mora no meu coração
15 letras tem seu nome
Thereza de Aragão



Salve o Globo e A Noite

Salve também O Jornal

Não querendo ir mais longe

Salve a imprensa em geral

Deus me ajude (Alvaiade - Estanislau Silva - H. de Carvalho)

Deus me ajude
Me dando força e saúde
Telho filho pra criar
Um inocente
Não pensa igual a gente
E na hora certa
Quer saber de se alimentar

De manhã muito cedinho
Ele toma o cafezinho
Pega o livro e vai estudar
Eu me despeço da patroa
Que pra mim é muito boa

Saio e vou trabalhar

De sol a sol (Alvaiade / Ary Monteiro)

Não há razão em dizer
Que eu trabalho pouco
Se você visse meu trabalho
Até ficava louco
A minha vida é outra
Não sou nenhum rouxinol
Trabalho muito de sol a sol

Você não tem razão
Só conhece a boemia
Você nunca enfrentou
O sol de janeiro ao meio dia

Dinheiro consigo é mato
Eis aí grande verdade
Levanto às 6 da manhã
E você, às 4 da tarde

Daqui até lá tem tempo (Alvaiade / Ary Monteiro)

Daqui até lá tem tempo
Tem tempo daqui até lá
Joga o sino tá sem taco
Pra seu governo, rapaz
Malandragem é meu fraco
Porque sou vivo demais

Vê se mora na jogada
Pra não me comprometer
Por favor não dê mancada
Se não queres me perder

Combinamos pra amanhã
Não convém se afobar
Devagar também é pressa
Pra quem não quer se cansar

Sou do morro e do asfalto
Sou madeira pra valer
Querem me jogar pro alto
Mas não vai dar pra entender

Concurso pra enfarte (Alvaiade)

Saber sofrer
Para mim é uma arte
Mas aguentar você
É concurso pra enfarte
Eu não, eu não, eu não
Quero morrer no meu dia
Não quero antecipação

A vida é muito bonita
Quando vivida sem perturbação
Sofrer para mim é arte
Morrer de enfarte isso não

Cara bonita (Alvaiade / José Rosas / João de Oliveira)

Não é essa cara bonita
Esse corpo delgado
Que vai me prender
Eu sou mais eu
Quem manda na minha vida sou eu

Beleza não põem mesa
Agora acabei de crer
Só escraviza
Quem não tem poder

Brigas de amor (Alvaiade / Djalma Mafra)

Não me sinto bem neste ambiente
Tenho o coração ferido
Por alguém que está presente
Deus sabe de todos
Cada um sabe de si
Devo retirar-me
Porque sou demais aqui

Não quero transformar
Esta alegria de risos e flores
Em correriras, prantos, enfim
Dissabores
Porque ninguém tem culpa
Que eu sofra e você também
Vou retirar-me para o bem do nosso bem

Brasil, terra da liberdade (Alvaiade / Nílson Gonçalves)

Brasil
Terra da liberdade
Brasil
Não usou de falsidade
Meu irmão foi pra guerra
Defender essa grande terra
Meu Brasil precisando
Eu vou
Ser mais um defensor

Vou pra linha de frente
Travar um duelo
Em defesa do pendão verde e amarelo
Embora eu tenha que ser
A sentinela perdida
Honrarei minha pátria querida

Banco de réu (Alvaiade / Djalma Mafra)

Sento no banco de réu e aguardo a sentença
Porque até hoje ninguém destruiu minha crença
Pela voz que ordena que eu me conforme
Porque aquele que mora lá em cima não dorme

O sofrer é da vida eu aceito
Não guardo, porém,
Ódio ou rancor dentro do peito
Tenho a minha consciência pura e sã
Quem me condena
Não se lembra do amanhã

Banco de jardim (Alvaiade)

Tu não tinhas necessidade de viver assim
Passando as noites sobre um banco de jardim
Não vá dizer que vives assim por esporte
Despresaste meu carinho desse um pontapé na sorte

Tua falta de juízo é que te faz padecer
Eu muito me penalizo por teu infeliz viver
Sou teu amor não preciso
Mas posso te socorrer

Aliança de casada (Alvaiade / Alberto Maia)

Não zombe
Que eu falo no seu ouvido
Se eu falar um minuto é um perigo
Se até hoje ainda não disse nada
É respeitando a sua aliança de casada

Como sofre um homem respeitador
Se eu não sou eu
Perdia até o valor
Mas o culpado sou eu em ser tão direitinho
Mas agora eu aviso
Não deixe o ouvido no caminho

Abaixo do nível (Alvaiade / Odaurico Mota)

A tua vida tem sido uma tragédia
Nem, sequer, na classe média
Conseguiste aceitação
E é por isso que o teu viver é horrível
Vives abaixo do nível
Da tua colocação

O teu destino
Tem um "d" tão pequenino
Que nem com microscópio ninguém consegue ver
Lamentas, mas tens a tua razão
Porque não é só do pão
Que depende o seu viver

A vida do samba (Alvaiade / Bibi)

Samba foi uma festa dos índios
Nós o aperfeiçoamos mais
É uma realidade
Quando ele desce do morro
Para viver na cidade

Samba
Tu és muito conhecido no mundo inteiro
Samba
Orgulho dos brasileiros
Foste ao estrangeiro
E alcançaste grande sucesso
Muito nos orgulha o progresso

A saudade me devora (Alvaiade / Djalma Mafra)

Não resisto a sua ausência, eu confesso
E por isso seu perdão eu peço
Eu darei o que você precisar
Se você novamente pra casa quiser voltar

Desde quando você partiu
A minha alegria sumiu
Tristesa comigo mora
Mas já me falta paciência
Pra aguentar a sua ausência
A saudade me devora

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Cabrocha (Carlos Cachaça)

Cabrocha, Nunca Foste Rainha
Nem Nunca Te Inscreveram
Em Concurso De Beleza Como Miss
Mas Do Samba Brasileiro
Tens Que Ser A Imperatriz
Coroada No Estrangeiro

Vingança (Carlos Cachaça)

Não Quero Me Vingar Porque
Vingança É Sinal De Covardia
Tenho A Faca E Tenho O Queijo Em Minhas Mãos
Se Eu Quisesse Me Vingar De Ti Podia

Me Lembro Que Chorei E Tu Sorriste
Da Minha Desventura Antigamente
E Hoje És Tu Quem Choras
Não Me Vês Sorrir
Lamento O Teu Sofrer Profundamente

Eu Sei Que Já Tiveste Mil Vontades
De Me Pedir Perdão Covardemente
Não Te Desejo Mal
Mas Não Te Quero Bem
Meu Coração Agora É Diferente

Vale do São Francisco (Cartola / Carlos Cachaça)

Não há neste mundo um cenário
Tão rico, tão vário
E com tanto esplendor nos monte
Onde jorram as fontes
Que quadro sublime
De um santo pintor
Pergunta o poeta esquecido
Quem fez esta tela
De riquezas mil
Responde soberbo o campestre
Foi Deus, foi o Mestre
Quem fez meu Brasil!
Meu Brasil! Ô meu Brasil!

E se vires poeta o vale
O vale do rio
Em noite invernosa
Em noite de estio
Como um chão de prata
Riquezas estranhas
Espraiando belezas
Por entre montanhas
Que ficam e que passam
Em terras tão boas
Pernambuco Sergipe
Majestosa alagoas
E a Bahia lendária
Das mil catedrais
Terra do ouro de Tiradentes
Que é Minas Gerais

Uma esperança perdida (Aluízio Dias - Carlos Cachaça)

O meu primeiro amor
Nasceu e floriu o jardim em minha vida
Depois de viçoso morreu
Deixando em meu coração uma esperança perdida.

Aquela amizade nasceu, cresceu e depois feneceu
Deixando em minha vida uma grande dor
Hoje meu Único direito
É guardar dentro em meu peito
As cinzas daquele amor

Todo Amor (Carlos Cachaça)

Todo amor no princípio tem sabor,
Tem perfume, tem odor, que embriaga o coração
Mas depois é uma taça incolor
Que só contem amargor, dissabor e maldição

Todo amor principia com beijos e risos
E no princípio forma um paraíso
E depois com o tempo
Um dos dois vem a se arrepender,
Um amor para gozar e outro para sofrer

Tempos idos (Cartola / Carlos Cachaça)

Os tempos idos
Nunca esquecidos
Trazem saudades ao recordar
É com tristeza que eu relembro
Coisas remotas que não vêm mais
Uma escola na Praça Onze
Testemunha ocular
E junto dela balança
Onde os malandros iam sambar
Depois, aos poucos, o nosso samba
Sem sentirmos se aprimorou
Pelos salões da sociedade
Sem cerimônia ele entrou
Já não pertence mais à Praça
Já não é mais o samba de terreiro
Vitorioso ele partiu para o estrangeiro

E muito bem representado
Por inspiração de geniais artistas
O nosso samba de, humilde samba
Foi de conquistas em conquistas
Conseguiu penetrar o Municipal
Depois de atravessar todo o universo
Com a mesma roupagem que saiu daqui
Exibiu-se para a duquesa de Kent no Itamaraty

Silêncio De Um Cipreste (Cartola / Carlos Cachaça)

Todo Mundo Tem O Direito
De Viver Cantando
O Meu Único Defeito
É Viver Pensando
Em Que Não Realizei
E É Difícil Realizar
Se Eu Pudesse Dar Um Jeito
Mudaria O Meu Pensar

O Pensamento É Uma Folha Desprendida
Do Galho De Nossas Vidas
Que O Vento Leva E Conduz
É Uma Luz Vacilante Incerta
É O Silêncio Do Cipreste
Escoltado Pela Cruz

Se Algum Dia (Carlos Cachaça)

Se Algum Dia Eu Souber Que Você Vai Deixar
Meu Coração, Que É Todo Seu, Em Busca De Outro Amor
Não Serei Mais Feliz
Porque Você Não Quis
Depois Serei, Como Fui Seu,
Da Minha Dor

Se A Dor Depois, Por Ingratidão, Também Me Deixar
Eu Hei De Chorar, Com Muita Razão, Por Não Ser Feliz
E Hei De Dizer A Quem Perguntar: Prefiro Morrer
Do Que Serve Viver
Se A Dor Que Crucia Também Não Me Quis
Se Me Perguntarem A Causa Da Dor E Dos Meus Queixumes
Eu Terei Ciúmes
Não Responderei, Sentindo Depois
E Mesmo Sofrendo A Causa Da Dor
Guardarei Comigo, Em Meu Peito Amigo
E Pode Voltar À paz Entre Nós Dois

Quem Me Vê Sorrindo (Cartola / Carlos Cachaça)

Quem me vê sorrindo pensa que estou alegre
O meu sorriso é por consolação
Porque sei conter para ninguém ver
O pranto do meu coração

O que eu sofri por esse amor, talvez
Não compreendeste e se eu disser não crês
Depois de derramado, ainda soluçando
Tornei-me alegre, estou cantando

Compreendi o erro de toda humanidade
Uns choram por prazer e outros com saudade
Jurei e a minha jura jamais eu quebrarei
Todo pranto esconderei

Pudesse meu ideal (Cartola - Carlos Cachaça)

Pudesse meu ideal
Que é o Carnaval
De encantos mil
Imortalizar neste poema
Cor de anil
Verossímil
Elevá-lo coroado
Pelas galas da história
Relembrando a memória
Do meu querido Brasil

Pudesse um dia
Juro faria
Do samba o maior herói
Concorrerias
Com as vitórias
Que existiam entre nós
Seriam páginas de intenso fulgor
E o passado teria mais valor

A própria musa
Triste confusa
Homenagem a ti ergueu
Se não sou eu
Pobre andaluza
Nem o nome dava musa
Que contei é samba banal
Valorizado só no Carnaval

Pátria Querida (Carlos Cachaça)

Eu Tenho Orgulho De Ter Nascido No Brasil
A Paz Que Encerra No Seio Desta
Terra Me Obriga A Cantar
Enquanto Eu Ouço, Grande
Alvoroço Febril Do Universo
Quero Nestes Versos,
Oh Pátria Querida,
Teu Nome Exaltar

Pátria Querida Que Dá Guarida
AUm Qualquer
A Cidade Moderna Que É Seu
Encanto, Prende E Seduz
Cidade-Luz Que A Natureza
Caprichosamente
Deu-Lhe Tudo Que Tinha Para Ser
A Rainha Soberanamente

Quando A Floresta Ensaia
Orquestra Com Seus Passarinhos
Em Cada Galho, Ninho Mas Vem A
Lembrança De Pequenos Heróis
Que Como Nós Tiveram Vontade De
Venturas Mil
De Contarem Na História
Estrofes E Glórias Para O Nosso Brasil

Não Quero Mais Amar a Ninguém (Carlos Cachaça / Cartola / Zé Da Zilda)

Não quero mais amar a ninguém
Não fui feliz, o destino não quis
O meu primeiro amor
Morreu como a flor, ainda em botão,
Deixando espinhos que dilaceram meu coração.

Semente de amor sei que sou desde nascença,
Mas sem ter a vida e fulgor, eis minha sentença,
Tentei pela primeira vez este sonho vibrar,
Foi beijo que nasceu e morreu, sem se chegar a dar,.

Às vezes dou gargalhada ao lembrar o passado,
Nunca pensei em amor, não amei nem fui amado,
Se julgas que estou mentindo, jurar sou capaz,
Foi simples sonho que passou e nada mais

Não Me Deixaste Ir Ao Samba (Carlos Cachaça)

Não Me Deixaste Ir Ao Samba Em Mangueira
E Tu Saíste Pra Brincar No Candomblé
Agora Espero Que Tu Me Mandes Embora
Amor Tão Rude
Meu Coração Não Faz Fé

Eu Não Te Deixo Ir Ao Samba Em Mangueira
Principalmente Lá Na Casa Do Arthurzinho
Eu Tenho Medo Que Tu Fiques Por Lá
Porque A Tropa Toda Sabe Brincar Direitinho

Levanta Gigante (Cartola - Carlos Cachaça)

Levantar gigante adormecido
Vamos para o alto
Que nem tudo está perdido
Põe na tua frente
Os velhos generais
Que eles mostrarão
Do que serás capaz
O teu valor Ninguém pode tirar
Levanta-te Mangueira E vem lutar

Vamos apertar
Mais o ferrolho
Vai ser dente por dente
Olho por olho
E nós vamos
Demonstrar com harmonia
Que a Mangueira
Ainda é a academia

Lacrimário (Carlos Cachaça)

Tenho Um Lacrimário Extraordinário, Lindo Relicário
Que Um Dia Fiz Do Meu Sofrer
Fiz De Agonia, Fiz De Nostalgia
Parte De Um Romance, Sem Acabar O Meu Viver

Quando Às Vezes Quero Lembrar Sorrindo A Minha Dor
Abro O Relicário Onde Guardei Tudo Que Sofri
E Para Reler As Promessas Feitas De Um Beijo
Triste, Chorando, Revejo O Romance Que Escrevi

Guardo Quase Tudo Que Se Refere Ao Meu Sofrer
São Páginas Que Leio Sintetizando A Minha Dor
E Todo O Passado Dolente , Hoje Revive
Não Guardei Porque Não Tive Saudade De Um Falso Amor

Juramento Falso (Carlos Cachaça)

Jurar É Mentir, Jurar É Fingir, Jurar É Pecado
E Eu Posso Afirmar Porque Me Juraram Um Amor Sagrado
Depois Que Entreguei O Meu Coração, Tão Crente, Na Jura
A Mesma Criatura Jurou Não Ter Jurado

Não Sei Como Pode Ainda Existir Quem Jura Mentindo
A Chorar Fingindo Que O Tal Juramento Que Faz É Sincero
Jurar Eu Não Quero
Mas Se Eu Regesse As Leis Do Senhor
Condenava E Matava
Quem Faz E Não Cumpre As Tais Juras De Amor
Já Me Arrependo De Ter Condenado A Quem Me Jurou
E Que Depois Chorou Fingindo Verter O Pranto Sentido
Já Tinha Esquecido Que A Uma Pessoa Eu Também Jurei
E Foi Mentira Jura Foi Falsa E Impura Porque Nunca Amei

Itinerário (Carlos Cachaça)

Eu Não Sei O Itinerário Para O Meu Calvário
Que O Destino Me Conduz
Vou Subindo Vacilante
Mas Se For Distante Deixarei A Minha Cruz
Pois Só Vejo Nos Caminhos Onde Passo
Espinhos Para Me Ferir
Sei Que É Covardia Quando A Dor Crucia
Não Há Quem Possa Resistir
E Sofro Tanto Tanto
Mas Sinto No Entretanto
A Vida Não Querer Chegar Ao Fim
Parece Que Os Males Todos Desse Mundo
Foram Feitos Só Pra Mim
E Vivo Triste, Triste
É Porque Já Não Existe
Pra Mim Uma Palavra De Perdão
Pedi O Lenitivo A Quem Podia Dar-Me
Sorriu Me
Respondeu Que Não

Homenagem (Carlos Cachaça)

Recordar Castro Alves,
Olavo Bilac E Gonçalves Dias
E Outros Imortais
Que Glorificaram Nossa Poesia
Quando Eles Escreveram
Matizando Amores
Poemas Cantaram
Talvez Nunca Pensaram
De Ouvir Os Seu Nomes
Num Samba Algum Dia

E Se Esses Versos Rudes
Que Nascem E Que Morrem
No Cimo Do Outeiro
Pudessem Ser Cantados
Ou Mesmo Falados
Pelo Mundo Inteiro
Mesmo Assim Como São
Sem Perfeição
Sem Riquezas Mil
Essas Mais Ricas Rimas
São Prova De Estima
De Um Povo Varonil

E Os Pequenos Poetas
Que Vivem Cantando
Na Verde Colina
Cenário Encantador
Desse Panorama
Que Tanto Fascina
Num Desejo Incontido
Do Samba Querido
A Glória Elevar
Evocaram Esses Vultos
Prestando Tributo
Sorrindo A Cantar

Harmonia Em Mangueira (Carlos Cachaça)

Que Harmonia Lá Em Mangueira
Que Dá Prazer Para Se Brincar
O Laudelino No Seu Cavaco Fazendo Coisas De Admirar

E De Repente Com Algum Enredo Que Até Causa Sensação
O Armandinho Chega De Flauta, Alípio Sola No Violão

Na Nossa Frente Tem Angenor, José Da Lucha, Tem Batelão
E O Reco-Reco Toca Sozinho
A Tropa Toda Bate Na Mão

Falta Otávio, Que Eu Não Falei
Falta Aristides, Falta Marquinhos
Falta Simão Na Mesa De Umbanda
Falta Pedrinho No Tamborim

Canta No Couro Carlos Cachaça
Fazendo Voz Pro Expedito
Pra Terminar Essa Folia O Marcelino Dá Um Apito

Eterna Mangueira (Carlos Cachaça - Wilson Moreira)

A Mangueira é um poema
A Mangueira é uma canção
A Mangueira é o grande amor
Que trago em meu coração
E há de ser eternamente

Minha Mangueira querida
Forte razão do meu ser
Emoção na minha vida
Meu berço minha infância
Meu dever

E onde eu sempre estou
Ela do meu pensamento não sai
Se vou a qualquer lugar
Ela no meu coração também vai
Ela é tão bem cantada
Ela é tão discutida como eu disse
Emoção na minha vida
E hoje eu e ela seguimos bem felizes
Prontos pra qualquer partida

Crueldade (Carlos Cachaça)

Foste Tu Cruelmente A Causa Crescente Do Meu Padecer
Me Levaste Ao Fim
Hoje Passas Por Mim Fingindo Não Me Ver

Quem Pratica A Bondade Recebe Falsidade
De Quem Não Merece
Quem Bate Nunca Se Lembra,
Mas Também Quem Apanha Nunca Se Esquece

Se Eu Depois Melhorar Então Podes Voltar
Precisando Outra Vez
Quem Já Fez Uma Faz Duas
E Não É Muito Difícil Fazer As Três

Clotilde (Carlos Cachaça)

Contigo Eu Quero Comparar O Céu, Lindo Céu,
Em Noite Linda, Em Noite De Luar
Porque Em Ti Tudo É Luz,
Que Resplende Muito Mais
Do Que As Terciárias Estrelas De Jesus

Amor, Quando Sorriso Eu Vejo, Doces Lábios De Pérolas,
Como Se Fossem Anjos Protegendo Teu Beijo
Daí, Nascida A Inspiração Formam Tantos Castelos, Poemas,
Versos, Quero, Na Imaginação
Pudesse Com Ela O Sol Viver
Perdão Senhor Meu Deus, Meu Deus, Meu Deus

Talvez Inveja Causaria, Aos Anjos De Maria, Aos Próprios
Anjos Seus, Meu Deus
Perdão Se Blasfemo Senhor, Confesso-Te Temor Nestes
Gritos Profundos
Mas Não, Não Posso Esquecê-La
Eu Quero Um Dia Tê-La Para Viver Entre Dois Mundos

Ciência e Arte (Cartola / Carlos Cachaça)

Tu és meu Brasil em toda parte
Quer na ciência ou na arte
Portentoso e altaneiro
Os homens que escreveram tua história
Conquistaram tuas glórias
Epopéias triunfais
Quero neste pobre enredo
Revivê-los glorificando os homens teus
Levá-los ao panteon dos grandes imortais
Pois merecem muito mais

Não querendo levá-los ao cume da altura
Cientistas tu tens e tens cultura
E neste rude poema destes pobres vates
Há sábios como Pedro Américo e César Lates

Caminhos da Existência (Carlos Cachaça - Delcio carvalho)

Quando comecei a conhecer o mundo
E dei os primeiros passos da jornada
Tinha uma vontade imensa e incontida
De alcançar ligeiro o porto de chegada
Mas quando senti que já andara muito
Vencendo etapas dessa longitude
Quis parar no meio do caminho
Tentei em vão, mas não pude

E hoje depois de transpor obstáculos
Beijando flores, sem temer o espinho
Falo cansado e a sós comigo mesmo
Como é tão curta a distância do caminho
A natureza nos deu tanto poder
Tanta riqueza, tudo isto é nosso
Mas queria voltar ao ponto de partida
Tenho tanta vontade, mas não posso

Brasil, Terra Adorada (Carlos Cachaça / Cartola / Arthur Faria)

Brasil, terra adorada
Jardim de todos estrangeiros
És a estrela que mais brilha
No espaço brasileiro
Braço é braço

Ó Brasil, és tão amado
Teu povo é honrado
Invejado no universo
Nesta bandeira afamada
Não falta mais nada
Pede o tudo:
Ordem e progresso

Houve já um curioso
Que perguntou nervoso
Brasil, onde vais parar?
E respondo sempre a todos
Hom o mesmo orgulho
Irei para um lindo futuro

As flores e os Espinhos (Carlos Cachaça)

Enquanto houver flores no seu jardim
Você não se lembra dos meus carinhos
Quando as flores murcharem eu quero ver você
Beijar espinhos

Mas se que nesta vida tudo passa
E se esvai como a fumaça
A própria felicidade
E hoje por sonhares com a riqueza
Desprezas minha pobreza
Para que tanta maldade

Amor De Carnaval (Carlos Cachaça)

O Amor Que Nasce No Carnaval
Não Faz Mal A Ninguém
É Alimentado Com Sorrisos
Barulhos De Guizos
E Valor Não Tem

Passo Estes Três Dias Infernais
Desaparece As Fantasias
E Também Desaparece
Aquele Amor
Que Nasceu Nos Três Dias
E Depois Só Se Conhece
Por Acaso Quem Chamou
Pelos Cantares Brejeiros
Dançares Maneiros
Que Nos Ensinou

Alvorada (Cartola/ Carlos Cachaça / Hermínio Bello de Carvalho)

Alvorada lá no morro, que beleza
Ninguém chora, não há tristeza
Ninguém sente dissabor
O sol colorindo é tão lindo, é tão lindo
E a natureza sorrindo, tingindo, tingindo

Você também me lembra a alvorada
Quando chega iluminando
Meus caminhos tão sem vida
E o que me resta é bem pouco
Ou quase nada, do que ir assim, vagando
Nesta estrada perdida

Acabaram de Ouvir (Cartola / Carlos Cachaça / Aluízio Dias / Manoel da Leiteria)


Acabaram de ouvir
Quase um louco
Um homem que não
Amou pouco
Amou demais e sofreu
Quem ama assim
É covarde
Termina fazendo alarde
Quando por uma mulher
Se venceu

Essa famosa tragédia
Passou-se um dia
Comigo
Amei demais
E não fui compreendido
Acreditei no amor
E também na criatura
Nas suas juras
E no amor fingido

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Meu Regresso (Monarco)

Voltei ao Rio antigo
Pra rever meus bons amigos
Que aqui deixei (que aqui deixei)
A saudade me apertou
Eu não pude resistir
O bom filho à casa torna
Aqui estou à sorrir
Ah minha Portela
Suas cores tão belas e tanto me seduz
Dores de saudade sinto
Juro por Deus e não minto
São saudades de Oswaldo Cruz

Portela de Paulo e do Claudionor
Fazem partem da história do samba
Também merecem louvor
Disse um humilde poeta
Frases que devo lembrar:
Se eu for falar da Portela não vou terminar